quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Análise QD: Bizarro

Hoje vamos falar de uma HQ pouco convencional. Claro que não é de hoje que os vilões fazem sucesso, principalmente os da DC, mas essa nova revista solo do Bizarro vem com várias propostas interessantes aos leitores.
Começamos pelo traço, depois do DC YOU a DC decidiu adotar desenhistas "indie" e roteiristas com conteúdo mais jovial e menos sério para compor algumas revistas, Bizarro é um desses casos, com o roteiro de Heath Corson e os desenhos de Gustavo Duarte vemos uma narrativa mais descompromissada e cômica de uma revista de super vilão.


Muitos pensam que Bizarro é apenas um personagem com algumas origens diferentes, acontece que Bizarro na verdade é a denominação de dois personagens distintos e eles são diferenciados justamente pela sua origem.
Em 1958 Otto Binder e George Papp criaram a primeira versão do não-herói.  Lex Luthor expõe Superman à um raio duplicador que cria uma segunda versão do herói, porem essa um pouco diferente. Seria uma referência ao Frankenstein, um ser falho, ingênuo que não sabe os problemas que sua força não comedida pode causar à humanidade. Devido a não se adaptar direito às regras da Terra, Bizarro decidiu construir seu próprio mundo, ele usou o mesmo raio duplicador que o criou nos demais membros da Liga da Justiça, então os uniu e encontrou uma lua quebrada orbitada por um anel de poeira que chamou de Htrae (Earth ao contrário). Esse local ficou conhecido como Mundo Bizarro ou Terra 29 (segundo ao Guia do Multiverso feito pelo Grant Morrison na saga Multiversidade).


Outra origem de Bizarro se deu quando Lex Luthor tinha planos para dominar Superman e não conseguiu, então ele decidiu pegar genes do Kryptoniano e tentar fazer seu próprio Clone, mas clonar um ser humano é diferente de clonar um alienígena, e o produto desse experimento resultou em uma forma diferente de Superman, o Bizarro.
Essas são as origens dos diferente bizarros que conhecíamos até agora, pois nessa nova edição Bizarro explica a Jimmy Olsen que veio de Htrae e que as coisas lá era pacatas, o que nos implica em uma nova forma de origem onde a Terra 29 realmente criou vida e uma espécie de civilização. Bizarro explica que queria se tornar um herói na Terra, porque seu planeta não precisava de heróis, então o primeiro passo foi se vestir como um, e por isso ele decidiu adotar o uniforme do Superman e não por nenhuma outra espécie de parentesco.


Um quesito interessante é que o plot da revista é extremamente simples, Bizarro esta como sempre, confuso sobre o que fazer, sobre o que é certo e errado e seu problema com compreensão das palavras, então quando tenta ajudar acaba infernizando e machucando os cidadãos de Metrópolis. Jimmy Olsen e Clark Kent, que trabalham como jornalistas para o Planeta Diário notam o rebuliço alto que as boas ações de Bizarro tomam. Superman inicialmente não se preocupa com isso pois sabe que ele tem boa intenção mas Olsen afirma que todos acham que Bizarro tem algum tipo de parentesco com o kryptoniano. Então Clark tem a brilhante ideia de dizer pra Jimmy seguir o não herói, pois isso daria um belo livro de aventuras, sem mencionar que afastaria ele de problemas.
E Jimmy decide comprar a ideia, viaja de carro com Bizarro até o Canadá, país que diz ser os "Estados Unidos Bizarros" para reunir tais aventuras em um exemplar.


É de certa forma interessante ver uma revista que dê um maior espaço à Jimmy Olsen, Jimmy foi criado inicialmente para ser uma especie de sidekicker do Superman, sem poderes, para apenas ajuda-lo de fora e isso se perpetuou quando Jack Kirby assumiu uma revista "Superman's Pal, Jimmy Olsen" em 1954 que mudou completamente as rédeas do personagem, ele foi o primeiro personagem de elenco de apoio a ter uma revista própria. Quem leria uma revista de um fotojornalista sem muitas  habilidades? Mas a magica de Kirby fez ela se tornar uma das mais rentáveis da editora, onde foram criado os conceitos do Quarto Mundo, Novos Deuses e o Projeto Cadmus. Desde então o personagem ficou de lado, fazendo apenas pequenas aparições. E agora com o Bizarro causando problemas ele vai voltar a se tornar um personagem mais notável na editora.

Além da aparição de vários personagens queridos do Universo DC, como Jonah Hex, Desafiador, Zatanna, Batman e Superman, vários artistas consagrados são chamados para fazer uma palinhas, entre eles Kelley Jones, Bill Sienkiewicz, Fábio Moon, Gabriel Bá, Rafael Albuquerque e o nosso querido e amado Darwyn Cooke que foi recentemente levado ao reino dos céus pela nossa querida Perétua.

Agora, queridos leitores, preciso comentar que um dos dias mais temidos para nós do Extra Extra chegou, quando a leitura não é de todo satisfatória e isso se reflete na analise. Falamos um pouco sobre os pontos fortes da HQ, mas chegou a hora de mencionar os pontos fracos. Em All Star Superman, um clássico de Morrison, há um capítulo inteiro sobre o Bizarro, Htrae e tudo mais da Terra 29. Acontece que entramos no mundo quadrado e vemos como o dialeto de lá pode ser confuso, Morrison consegue organizar majestosamente o dialogo de seus personagens e aqui não vemos Corson fazer isso. Vários balões de falas se tornam confusos, as vezes sim é sim e as vezes sim é não, claro que não é um grande erro, mas nos faz tirar uns pontinhos da história. Quando vamos ler uma iniciativa nova esperamos muito zelo e capricho até porque, sem uma boa primeira impressão como continuaremos colecionando?
Outro ponto que incomoda é a personalidade de Jimmy Olsen, todos sabem que Jimmy é brincalhão e infantil, mas aqui vemos um Jimmy um tanto egoísta e rabugento, ao invés de embarcar de cara nas aventuras com Bizzaro ele fica com suas reservas que muitas vezes fazem parecer que seu único intuito alí é a fama e o dinheiro que isso pode lhe proporcionar, como se Bizarro fosse um peso que ele logo quer se livrar.

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