Análise QD: Multiversidade: A Sociedade dos Super- Heróis Conquistadores do mundo Oposto!

Começar uma análise é sempre muito difícil, você não sabe no que focar. Quando a análise se torna fragmentada, edição por edição como estamos fazendo, aí sim, ela só fica mais difícil ainda.

Bom galera, hoje nós vamos falar da segunda edição de Multiversidade chamada " A Sociedade dos Super -Heróis Conquistadores do mundo Oposto!". Nome grandinho né? Mas se formos comparar com a riqueza de conteúdo que ela nos dá o nome vira fichinha.

Desde o início essa capa sempre me chamou à atenção, gosto de desenho, a coloração e o ar da época pulp que essa revista tem. A edição começa com um relato de um personagem imortal. Ele conta sobre a nostalgia de ter visto o mundo se tornar o que é hoje, sobre as riquezas e experiências que ganhou ao longo desses tantos mil anos. Em dada parte da declaração ele revela ser um homem que sofreu mutação genética devido à radiação do meteoro. Nós fãs da DC, comumente o chamaríamos de Vandal Savage, mas não se engane, esse não é o mundo que nós estamos acostumados, e mesmo talvez sendo "uma versão" dele, este também não é o mesmo homem.

O que vemos aqui é uma das 52 terras paralelas do universo DC, que está sofrendo uma reação ao desequilíbrio do Multiverso. Existem terras binárias, de universos opostos que a cada cem mil anos colidem e se tornam uma só.Vemos a equipe de Super Heróis formada por Homem Imortal, Lady Falcão Negro, Al o Átomo, o Lanterna Verde Abin Sur e Senhor Destino, Doc; lutando para não terem seu mundo destruído pelos habitantes desta tal outra terra.

Grant morrison decidiu muito mais do que brincar com com universos paralelos, brincar com identidades paralelas, pois vemos o mesmo homem, que teve a mesma origem e viveu durante o mesmo tempo com dois temperamentos completamente opostos, tal como seus mundos. Enquanto temos um Vandal intelectual e cosmopolita o outro se torna um retrato um pouco mais refinado do homem das cavernas que já foi um dia, direcionando todo seu intelecto a conquistas catastróficas.

Além de toda cagada rolando ao fundo, Senhor Destino acha um jeito de abrir um portal para pular para o próximo mundo do multiverso, mas ele não sabe o que vai encontrar, tentando fugir da destruição de seu planeta ele provavelmente apenas entrará em um looping de fuga da destruição, uma vez que todas as terras estão com problemas.

Nesse universo pulp, cheio de guerras, um elemento que não poderíamos deixar de comentar é o bom uso do poder feminino nessa edição. Duas mulheres fortes, oponentes, sendo parte das cabeças da organização, lutando pelo que acreditam. Uma para não perder sua terra natal e outra pela sua doutrina de violência. 

A edição termina de uma forma inesperada e descobrimos que não estamos vendo uma história acontecer, mas sim ouvindo um relato de um sobrevivente -ou não- à ela. O que nos leva a algumas perguntas: 

Quem encontrou este bilhete?

 Essa pessoa veio ajudar? 

Essa pessoa pode ajudar? 

Alguém pode?

A revista Ultra COMICS volta a aparecer nesta edição, aos poucos vamos reunindo informações sobre ela, esta revista parece ser o único elemento comum entre as terras e todos sabem que devem temê-la.

 Quando a hora chegar, você terá coragem de ler?

Nota:

Fuck yeah!

Awesome!

Nice.

OK.

Tem que benzer.

E por isso a nota de Multiversidade: A Sociedade dos Super- Heróis Conquistadores do mundo Oposto! é...

AWESOME!

A edição é muito densa, cheios de tramas psicológicas e questionamento sobre a ética da humanidade, o contexto é a guerra intermundial e não poderíamos esperar nada menos escandaloso vindo desse autor.

O desenho passou impecavelmente o ar da história e podemos achar alguns elementos em comum com esse tempo, como o comportamento cosmopolita dos personagens e o uso das mulheres na força aérea que caracterizaram essa época.