A DC tem estado na corda bamba com seus quadrinhos, desde o início dos Novos 52 a editora vem tentando várias fórmulas de reapresentar ao publico seus heróis costumeiros. Claro que algumas dessas fórmulas deram muito certo, como Aquaman e Mulher Maravilha principalmente e outras deram um pouco mais errado do que eu gosto de admitir, como Superman e Jovens Titãs.
Muitos fãs, devido a decepção com algumas das histórias clamaram na internet para que a empresa desse mais um de seus famosos reboot, o que a editora se negou a fazer. Ao invés disso criou uma nova estratégia, estratégia essa para aproximar os leitores de seus títulos e com isso criou alguns novos personagens e arcos para garantir uma proximidade com o leitor. Um deles foi We Are Robin.
A revista me surpreendeu. Claro, eu sou fã do manto Robin então já comecei a ler sabendo que ou ia gostar ou odiar, mas o que me surpreendeu foi a abordagem escolhida pelo escritor. A forma como narra a história através da mente de Duke Thomas, um jovem tecnicamente órfão (claro), que está buscando pelos seus pais desaparecidos. Vemos aqui um personagem que a DC já vinha amadurecendo em alguns arcos e certamente não passou despercebido pelos fãs.
Tudo começou em Futures Ends quando vemos um novo Robin chamado Duke. Após essa saga vemos também o mesmo garoto só que dessa vez em um background diferente em Gotham City no Ano Zero. Acontece que, com o End Game, Snyder acabou criando (finalmente) a origem definitiva desse personagem e agora Lee Bermejo vai aproveitar essas pinceladas do escritor para assumir um roteiro continuando essa história. A história de Thomas Duke.
É o seguinte, durante End Game várias pessoas se contaminaram com a famosa droga do Coringa, entre elas, os pais de Duke. O que fez o garoto ter de ficar em um lar adotivo temporariamente sem nenhuma informação sobre a sua família.
Mas um jovem adolescente em Gotham não aceitaria essa realidade numa boa, aceitaria? Duke sempre foge desses tais lares em uma esperança de encontrar seus pais, ele sabe como a policia em Gotham trabalha e não espera depender deles. Sabe que o vigilante da cidade é ocupado demais com "grandes crimes" para lidar com um simples desaparecimento. Ele então decide fazer sua própria investigação.
Não me leve a mal, isso não é uma revista clichê de como um dos Robins se torna um grande detetive e consegue resolver qualquer caso (sim isso foi uma alfinetada a Tim Drake), não. A forma como Duke não tem noção do perigo ou nenhum método de investigação é o que fazem a história, o amadorismo e mau humor do jovem é o que te prende a revista.
Lee Bermejo é desenhista e esse é um de seus primeiros trabalho com roteiro(o segundo se não me engano, o primeiro foi com Jim Lee), além disso ele é o autor de todas as capas. Não se sei já notaram mas todas elas seguem a mesma linha de esboco e coloração. No traço vemos Jorge Corona, um desenhista com uma pegada jovial. seus traços tem contorno forte e parecem muito com gravuras que encontramos em muros, muito expressivo na fisionomia dos personagens. Certamente essa dupla está fazendo um ótimo trabalho e esse ar descompromissado de ambos dá o tom perfeito à revista. Um toque de rebeldia com impulsividade é o que DC YOU trás aos seus leitores com We Are Robin.
A narrativa de Lee nos leva dentro da mente de Duke, falando com seus pais sobre como ele está procurando por eles e como está se virando sozinho na vida. São como cartas autobiográficas de um filho explicando que mesmo com todas as diversidades, ele esta bem. É um sentimentalismo maquiado com expressões chulas e referências à cultura pop. Sendo uma revista de jovens para jovens não poderíamos esperar menos do que isso.
Além de Duke, vemos outros personagens com um grupo já formado, me lembram uma certa turminha que andava por ai na minha infância. Alguém conhece?
O interessante é que no final da primeira edição vemos que esse grupo não se formou aleatoriamente, cada integrante foi escolhido meticulosamente e há sim alguém por trás. Eles chamam de "O Ninho". Isso não faz vocês lembrarem de alguém? Algo como o Maxwell Lord, alguém financiando uma grupo de pessoas pedindo nada mais em troca do que o bem estar da cidade? parece bom demais pra ser verdade hein?
Por enquanto saíram apenas poucas edições e essa análise não é exatamente de um arco, é uma analise de um título, boa para quem quer tirar duvidas se vai ou não gostar da revista antes de começar a ler e terão várias dessas a partir de hoje, todas breves sem muitas delongas. Espero que tenham gostado <3
Por enquanto saíram apenas poucas edições e essa análise não é exatamente de um arco, é uma analise de um título, boa para quem quer tirar duvidas se vai ou não gostar da revista antes de começar a ler e terão várias dessas a partir de hoje, todas breves sem muitas delongas. Espero que tenham gostado <3
Ótimo artigo, Carol. Parabéns!
ResponderExcluirSó um adendo informativo: Lee Bermejo fez um notável trabalho como escritor no especial Batman: Noel, o qual também conta com sua arte.
Em quais edições no Brasil é possível encontrar essa "saga" completa?
ResponderExcluirEm quais edições foi publicada?