sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Por Trás da Máscara: Jessica Jones.

      Na sexta feira, 20 de novembro estreia uma série no Netflix, mas dessa vez não é apenas mais uma série, é a série da Jessica Jones, mais uma vitória para os fãs de quadrinhos. Jessica é o típico personagem que se adequa a frase "o que dizer dessa personagem que mal conheço e já considero pacas...?". Não me leve a mal, não estou dizendo que ela não tem grandes fãs, mas ela vem de uma safra muito nova da Marvel.
       A personagem foi criada em Novembro de 2001, então não me espanto de a Marvel ter escolhido justo esse mês para lançar a série. Meus amigos, estamos sim comemorando os 14 anos de Jéssica Jones. 


        É impressionante ver como uma personagem tão nova (em relação à outros personagens que não ganharam participações no cinema/TV) está fazendo tanto sucesso. E não estou falando isso apenas devido ao seriado. Qualquer leitor de quadrinhos, e nem precisa ser assíduo da Marvel conhece ou pelo menos já ouviu falar dessa mulher, mas sem mais delongas deixem-me apresentá-la aos que não.
      Jéssica Jones é uma criação de Brian Micheal Bendis, um dos mais renomados escritores da Marvel (muito conhecido por seu run em Demolidor e agora estará fazendo um trabalho que nós do ExtraExtra estamos super ansiosos para ver em Cavaleiro da Lua, sem mencionar seu primeiro trabalho para a Marvel, que mesmo hoje é consagrado pelos seus fãs em Homem Aranha do universo Ultimate) e Micheal Gaydos. O trabalho dos dois, muito além de criar uma nova representação feminina nos comics, também inaugurou uma das melhores coisas que a Marvel já lançou, seu selo MAX.
       A Comics Code Authority ou CMAA é uma associação americana que organiza e estipula uma padronagem nas revistas em quadrinhos, similar ao que temos no Brasil para a publicidade, o CONAR. Ela regulamenta uma espécie de autocensura para que nenhuma das editoras ultrapasse os limites da "moral" por assim dizer. 
     Além de uma forma de sátira e críticas intelectuais, um grande núcleo do publico tem sua preferencia por histórias de ação, envolvendo contextos psicológicos, agressividade e sangue, dessa forma, a Marvel decidiu deixar de fazer parte dessa organização e criar um selo que estivesse acima disso. Um selo exclusivo para os maiores de idade que teria conteúdo explicito, similar ao que a DC COMICS fez com a Vertigo em 1993.
     Como dito antes, o arco fundador desse selo foi nada mais, nada menos que Alias, título que daria origem à personagem de Jessica. Originalmente Bendis escolheu trabalhar com a personagem Jéssica Drew, a Mulher Aranha, porém devido às ideias que ele tinha, decidiu optar por algo que começasse do zero, assim seria livre pra incluir traços na personalidade de sua escrita. Quem começar a ler Alias, não vai se sentir lendo algo da Marvel, é como se fosse uma HQ completamente indie que não caberia em uma grande editora, mas como era um selo novo, os executivos da Marvel não se intimidaram com risco e confiaram mais uma vez em Bendis, pois já conheciam o seu potencial.
      Ele então começou a história fazendo uma antiga super heroína largar seu manto por um bom motivo : contas. Jéssica deixou seu altruísmo e abriu uma agência de detetive de uma pessoa só: Alias (ou "codinome" em português).
      Bendis não começou sua origem contando como ela descobriu seus poderes ou por que os ganhou, ele já começa sua história a partir de um retcom da personagem, o que já nos trás uma certa profundidade, pois durante o arco comenta sobre alguns traumas de infância, sobre ter lutado com os vingadores e sobre sua dificuldade de esboçar sentimentos.
      Não se engane com essa aparência bonitinha, Jéssica transita pelo submundo de Nova York, e devido a sua gama de poderes não está preocupada com as consequências que isso possa causar. O interessante de trabalhar com essa personagem, é que como ela surge dando insignificância para a parte anterior de sua vida, qualquer escritor pode trabalhar com sua orgiem e destaca-la em alguns eventos do universo Marvel como alguém que estava apenas olhando ou tomou uma parte não muito relevante na história.

    Jessica Jones foi adotada pela família Jones, depois de sofrer uma acidente envolvendo produtos químicos e sua família, os Campbells, que não resistiram.
     Posteriormente foi computada sua fase como super heroína, a qual recebeu o nome de "Jewel" (Safira na tradução), mas como já sabemos ela não obteve  muito sucesso seguindo por esse caminho. Durante um de seus dias de combatente ao crime, Jessica se deparou com Zebediah Killgrave (o Homem Púrpura), um espião soviético que durante um assalto a uma base militar encontrou gases experimentais. Um guarda tentando-o impedir disparou contra ele, e o disparo atingiu o frasco banhando o espião com seu conteúdo. O que resultou em uma pele roxa e a habilidade sobre humana de comandar a vontade de outras pessoas (não me admira que esse homem tenha sete filhos).
     Zebediah depois de incitar Jessica a lidar com policiais, percebeu como a super heroína poderia ser útil a ele, então a deixou sobre seu domínio durante oito fucking meses. Killgrave era incialmente um vilão do Demolidor, foi criado em 1964 pelo Stan Lee e Joe Orlando, porém seu envolvimento com a vigilante deu tão certo em termos de vendas que seus títulos foram fundidos e Killgrave se tornou referencia para Jessica Jones, tendo entrado na mente de sua inimiga inúmeras vezes (4).


     Além de ter iniciado sua carreira com uma minissérie solo, Jessica Jones também fez parte de The Pulse, outro título onde a personagem era protagonista, dessa vez dentro do selo tradicional Marvel, já participou por um breve momento dos Vingadores e Jovens Vingadores. Também esteve muito presente em grandes arcos como Guerra Civil, Invasão Secreta, Reinado Sombrio, Dinastia M e "E se..." além de suas participações no Universo Ultimate.

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